Já faz algum tempo que o sertanejo deixou de ser um estilo regional para se tornar uma grande mistura que une vários ritmos, como o funk, o arrocha, o pop e o rock, entre outros. Podemos, inclusive, dizer que parte de todo o sucesso que o sertanejo tem hoje no Brasil se deve à sua versatilidade. Com suas sanfonas e violas, o gênero musical sofreu uma espécie de “mutação” ao se unir com os outros estilos, a ponto de confundirmos todo hit tocado hoje em rádios e sites com música sertaneja.
O exemplo mais recente dessa moda (que não é de viola) é a dupla Henrique & Diego, que gravou com o rapper MC Guimê a música “Suíte 14“. O resultado foi chamado de “funknejo” e, no último mês, não saiu do Top 10 da Rádio UOL, entrou para o ranking de 20 faixas mais acessadas na iTunes Store e seu vídeo (assista aqui) já foi visto quase 30 milhões de vezes na plataforma Vevo. “Acho que todos os estilos combinam com todos”, disse MC Guimê ao UOL. “A música está se unindo para ganhar mais força”, completou o funkeiro, que também já gravou com Zezé Di Camargo & Luciano a música “Flores em Vida”.
Mas existem outros exemplos. Um deles é a cantora Erikka Rodrigues, que lançou recentemente o “popnejo” “Cara de Rica”, cujo vídeo já teve quase 7 milhões de visualizações no Vevo. Há ainda as dupla Lu & Robertinho, que fez “mashups” do sertanejo com músicas pop internacionais como as da cantora Lorde, e Bruninho & Davi, que mistura o ritmo com música eletrônica. Já Cristiano Araújo juntou o arrocha com o sertanejo, criando o “arrochanejo”.
Opinião dos sertanejos
A reportagem do UOL foi atrás de outras duplas sertanejas para ouvir o que elas acham dessas misturas. Rodolfo, da dupla Maria Cecília & Rodolfo, por exemplo, não acha que isso faça o sertanejo perder a sua identidade. “Mas o sertanejo mudou. Assim como o rock e o samba. Temos que entender que o ritmo é o que essa galera canta hoje”, disse. Já para Maria Cecília, o sertanejo é um ritmo popular. “Antigamente era mais de raiz. Mas mudou. Agora dá para misturar com axé e funk. Temos que parar de rotular as coisas. Temos que criar a ‘música popular brasileira’.”
Lucas Lucco, por sua vez, acha que o estilo se renovou: “É uma característica do sertanejo poder encaixar diferentes estilos. O que é diferente chama a atenção e, se for bom, o pessoal vai ouvir mesmo”. Já a cantora Thaeme não acha que o sertanejo perdeu a identidade e, sim, ampliou o seu alcance. “Quem ganha é o público”, acredita. Por outro lado, o sertanejo Giovani disse que vê o sertanejo atual como uma oportunidade para os músicos que querem ingressar no mercado, independente do gênero musical. “É uma oportunidade de eles se destacarem.”
* Fonte: BoaInformação